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sexta-feira, 10 de setembro de 2010

Passado.

Saudade das belas manhãs quentes, das quais eu acordava destapada e sem meia.
Das que eu me reunia com a minha turma para dar uma volta na praça e rir.
Saudade das travessuras que eu aprontava quando minha mãe pensava que eu estava na casa de uma amiga, e saudade de quando ela descobria minhas mentiras me xingava e me colocava de castigo.
Saudade das festas onde qualquer coisinha era motivo de risada. Sinto uma falta imensa das minhas amigas, aquelas amigas em que sempre dizíamos que seria eterna, a verdade é que foi eterno enquanto durou.
Saudade de quando eu passava madrugadas conversando, vendo filme, rindo, comendo, e com frio.
Saudade de brincar de barbie, onde montávamos toda a casinha da barbie, e depois iamos desenhar porque cansamos de montar.
Sinto saudade das baladinhas punk e rock com loucos cantando musicas berrantes que eu nem sabia o nome.
De quando eu era ingênua, e não via maldade nos olhos das pessoas.
De quando eu acordava cedo para ir para a 6° série, e dormia a tarde inteira, quando eu não ia ao shoping, dar uma voltinha e cuidar os meninos.
Saudade do meu namorado, aquele que eu só dava a mão e beijava.
Sinto saudade de falar o que eu queria e fazer o que eu queria sem me importar com o que os outros fossem pensar desta louca. Foi quando conheci o que era amadurecer.
O que era ser responsável pelas coisas materiais, o que era trabalhar e sentir cansaço.
Aprendi o que era acordar as 7:00 e voltar as 18:00, e a única coisa era querer dormir.
Foi quando conheci as festas, onde tinha que fingir ser maior de idade, porque não entrava menininhas de 16 anos, mas eu já parecia ser maior.
Descobri o cigarro e as bebidas, junto de pessoas loucas, e aprendi o que era falsidade, mas falsidade de verdade. Aprendi o que era me controlar e ter nervos de aço, para não levantar a mão. E logo eu aprendi a perdoar.
Foi quando descobri que amigos e momentos andavam lado a lado.
E descobri que amor e amizade eram quase a mesma coisa.
Aprendi que mãe e pai são um só, e os únicos, e que a família é mais importante que qualquer família que construímos pelas ruas. E a única coisa que eu percebo é que o tempo realmente não volta para você matar a saudade, e o que passou foi uma bela e velha infância.
O tempo passa realmente voando, e quando você vê, já está enorme, e com uma cabeça bagunçada e madura. E a única coisa que você tem a dizer, é nada. Porque nesse momento a melhor palavra, é o silêncio. O que passou ficou, mas apenas como as tais lembranças, como um álbum de fotos memográfico.

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