Sou uma névoa cegante, é como ver os letreiros de um onibus com o sol refletindo neles, sou uma máscara queimada com chamas de segundo grau.
Sou um coração estraçalhado tantas vezes pedindo para ser judiada um pouco mais, por gostar tanto do dolorido, como uma batida de joelho da ponta da mesa.
Estou preocupada com minha saúde, é uma hipocondria descontrolada tomando minhas veias, é como bronzear os pulmões, chegar aos 80 e vê-los preto nos exames.
Estou tomada de incontaveis fusões sentimentais, mas sinto como um canárinho preso em uma minúscula gaiola querendo voar, é bater as asas e não sair do lugar, cantar e ninguém ouvir.
Como um presente de natal, em uma enorme árvore, e ninguém abrir, ele fica no canto mais escondido, a ceia acaba e ele continua abandonado.
Sou o mais alto de um cume, borboletas coloridas passam por ele o tempo inteiro, e após 24 horas, elas já se foram para renascer.
Estou mais perigosa que o coringa tentando assaltar um banco, o unico que consegue escapar de tanta força armada.
Sou o tal, ínicio, meio, e quais são os fins dessa vez?.
Consigo fazer ondas em uma lagoinha no interior do Rio Grande do Sul.
sou um admirador das suas palavras. (L)
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