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terça-feira, 11 de janeiro de 2011

Depois de uma visita no hospital.

Ontem minha mãe me disse, ele vai receber alta e está bem. Corri contra o tempo que corria demais para parar para pensar naquele momento, e então consegui de alguma forma ajeitar o tempo para ir ali.
Entrei naquele quarto e aquele moço estava deitado, com os olhos adiante, estavam olhando para o teto, mas vi que o seu pensamento estava muito mais além que apenas olhos ao teto.
Ele me olhou de uma maneira mais confusa do que qualquer outro dia que eu teria parado ali.
- Veio me ver?
-SIIIIM.
Foi um êxito na verdade, eu estava maravilhada com a forma de que ele se comunicava comigo, a forma de que eu entendi completamente o que ele falava, nada parecido do que das outras vezes.
-Eu não me lembro de ti.
Meu sorriso saiu completamente do rosto, e  meus olhos secaram, eu não saberia naquele momento onde colocar a minha cara-de-pau.
- Tenho uma vaga lembrança do teu rosto
Talvez o sub consciente dele, ainda estava a favor de mim.
Ele mesmo nos guiou até uma mesa grande com vários banquinhos embutidos nela... sentamos e por alguns minutos ficamos em silêncio.
Sua seriedade estava me assustando um pouco, mas claro que minha felicidade de vê-lo melhor não tinha explicação. 
Perguntou de quem eu era filha, e expliquei a situação de que minha mãe havia sido internada lá, e foi através do hospital em que eu tinha o conhecido.
Ele não lembrava dela um tanto como não lembrava de mim.
Falamos sobre faculdades, musica, falamos de quanto tempo ele tinha ficado lá, de onde havia sido internado antes e ainda sim ele permanecia sério....
Eu disse então : - fico tão feliz por te ver bem Jonas.
Ele me olhou me olhou e me olhou, alguma coisa ele dizia em seus olhos, só que eu não conseguia decifrar direito o que ele me dizia através do olhar...
E sorriu.
Tinha algo entalado na minha garganta, querendo dizer alguma coisa que até agora não sei o que era... E então logo eu disse - limpa  a baba Jonas!
Lembrei da minha mãe quando batia palmas e falava isso pra ele lá no hospital, e logo limpei a baba dele.
E me contou que era efeito do remédio, agora ele sabia o que passou, ou esqueceu... Seria melhor assim.
- Prazer! 
me estendeu a mão para dar logo um aperto.
- Quer que eu vá embora?
-só se tu quiser...
- Eu vou quanto teu pai e tua irmã chegar...
- Obrigado por ter vindo.
Mais uma pausa silenciosa e olhares atentos, ele disse que não era bom eu ficar ali, porque ele era perigoso... risos... eu disse que também era, e rimos.
Sabe o que mais fazia as minhas mãos suarem ao ponto de ele achar que eu estava ansiosa?
É porque eu sabia que era a ultima vez que eu o veria, meu sorriso estava no rosto ainda, mas saber que eu teria que me despedir mais uma vez de alguém que me ensinou tanto, me fazia sofrer um pouquinho por dentro.
Vi o pai dele chegando, e ele exaltou um QUE BOM, um pouco alto o bastante para que meus ouvidos conseguissem escutar.
Cumprimentei a irmã dele o pai dele, e logo me despedi... Dei um abraço de leve no Jonas um beijo no seu rosto, disse para todos ali, até um dia eu acho...
NOOSSA, aquilo consumiu um enorme aperto no meu peito, quase até mesmo saiu lágrimas... Me segurei eu juro.
E sai correndo antes que reparassem a tristeza que estava me consumindo aos pouquinhos... então eu sai por aquela porta excluída do fim do corredor.
Mas sai sorrindo, por saber que depois de longos 3 meses ele vai sair dali logo, bem, e recuperado.
Sei que fiz um pequeno ato mas vi grandes resultados... E agora minha vida... Bom, a minha vida continua, acho que vão vir outros momentos desses, e sim eu tenho que me preparar para o próximo Adeus.

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