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domingo, 18 de julho de 2010

Vazio



Sinto-me fraca, com frio, com medo, me sinto sem importância, uma tremenda nada.
Sinto que não tenho mais forças, aquelas que sempre me erguiam, as que me faziam mais forte, para poder ser forte para os outros.
Aquela força que todo mundo precisava, aquela força que eu mesmo precisava, aquela que seria capaz de atravessar maresias, furacões, um deserto vazio,
aquela força que a tempestade não arrastaria, os ventos não sopraria, aquelas forças que jamais poderiam ser enterradas.
Sinto meu queixo tremendo, um frio que sai das minhas canelas e sobem pelo meu corpo como se fosse energia elétrica atravessando os fios, sinto que nem o meu encapamento
consegue segurar esse frio que sobe para na minha cabeça, um forte arrepio de frio.
E assim o medo, um medo terrível, de não conseguir me manter sobre os pés, de acabar caindo, um medo de não conseguir mais me erguer da minha cama, um medo de que meus dias acabam por virar
noites eternas, e que meu sol e minha lua sumam. Fico com medo que minha estrada tenha um grande desvio, e eu acabe por cair em um precipício.
Tenho medo que eu torne tudo uma verdade, e que toda a minha única verdade se torne uma mentira, e eu fique mais fraca e com mais frio.
Não tenho nada, não sou rica, não sou bela, e meu sorriso não tem um lindo brilho encantador, meus olhos não olham diretamente para as pessoas, como se fugisse do olhar delas,
e eu não consigo mais ser tão
espontânea. Não consigo mais encontrar minhas belas palavras de conforto as pessoas que sempre precisaram de mim, mas afinal, onde elas estão agora que preciso delas?
Não consigo mais confiar, o tempo inteiro eu desvio da minha sombra com medo que ela me puxe.
Não consigo mais dormir no escuro, é eu fechar os olhos, e outros olhos estão ali me vigiando.
Estou enlouquecendo, toda noite antes de dormir eu dou boa noite a ele, sonhando com que ele me escute, eu sonho com ele, e quando acordo, queria voltar a dormir, porque estar com ele mesmo que seja dormindo
é o que mais me deixa feliz. Eu deito minha cabeça no travesseiro rezando para que a próxima noite seja com ele denovo.
Mas é só eu acordar, e ele realmente não esta comigo, vou ter que enfrentar aquelas pessoas chatas mandando em mim o tempo inteiro mais uma vez.
Vou ter que agüentar as coisas a minha volta, sem poder se quer piscar, ou pensar.
Eu queria hoje, conseguir pensar, bolar um plano e sumir de todo mundo. Correr em um lugar lindo, sozinha.
Poder pensar, sozinha, porque hoje é como sou, é como estou, sozinha.
Não consigo mais fazer as coisas, não consigo mais mover meus pés direito, minha respiração está fraca, e meu coração cada vez mais acelerado.
Sinto o tempo inteiro que devo dizer a todos como me fizeram feliz, mas acho que tudo tem seu tempo.
Mas que tempo? O tempo passa tão depressa que não posso nem percebê-lo.
Queria poder interromper esse tempo, e poder pará-lo. Para poder planejar meu plano de fuga, minha fuga para longe, onde eu consiga transformar meu sonho em realidade.
Agora eu só tenho um único sonho, um único pensamento, e eu gosto muito de gastar meu tempo sonhando, porque hoje, é o mais próximo da realidade.
Enfim, eu queria estar forte, para poder aguentar isso que me mata todos os dias.
Eu queria sentir um pouco de calor, talvez ele encorajasse a minha força.
Queria não estar com medo, ele me aterroriza, e faz com que minha cabeça vire do avesso, queria que esse medo
fosse uma coisa boa, que fizesse com que eu quisesse me levantar e dizer, isso é possível, ainda sinto que é possível, mas o tempo esta destruindo esse sentimento.
Queria me sentir importante, comigo, e que os outros realmente dessem valor às coisas de importância que fiz por elas.
Mas eles não se importam em pisar, e deixar para o vento carregar os restos do meu esforço.
Então hoje, eu vejo que tudo que eu fiz, foi um nada, e tudo que eu faço continua sendo um nada.
Espero que o que quer que eu faça, seja algo que mude tudo, e assim consigo não me sentir mais assim.
Vazia.

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